Ela não sabia se ria ou chorava, ele estava dizendo tudo o que ela já queria ter escutado dele, mas apesar de não ser tão tarde assim, apesar de eles poderem voltar atrás, ele tinha essa mania de ser complicado, e ela tinha essa mania de abdicar do que realmente queria só para vê-lo feliz, ou seja, nada feito. Não ia adiantar nada o que eles estavam ali falando um pro outro.
E o pior de tudo era saber que a culpa não era de nenhum dos dois, mas de alguma espécie de GPS com defeito que decidiu guiar os corações deles.
Ela o queria pra ela, é claro que sim, mas antes de mais nada ela o queria feliz, mesmo que sem ela, e, podem até duvidar, mas realmente ela até estava passando a gostar da outra, é, pode parecer loucura, ou o cúmulo do altruísmo, ou desapego isso nem ela mesmo sabe o que seria. Mas é, ela até que gostava da idéia de ele estar com a outra, se fosse pra ele estar feliz, mesmo que sem ela, que feliz ele fosse,então.
Era isso que restava a eles, ficarem felizes um pelo outro, enquanto o arco-íris que eles pintaram juntos ganhava tons acinzentados, tal como o azul dos olhos dele ganhava quando resguardados nos fins de tarde naquele quarto onde os dois riram tanto juntos.
(K.M.E)
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