Ela se questionava se seriam apenas dois corpos se encontrando ou se seria realmente algo a mais. Era difícil saber, pois essas coisas, por mais que a gente tente explicar, sempre deixam uma pulga atrás da orelha, um "quê" de mistério no ar, principalmente quando trata-se do proibido.
E eles eram proibidos um pro outro, apesar de serem um do outro desde o princípio. Ela indagava sobre o comportamento por várias vezes esquivo dele ele respondia que era por medo de gostar demais dela. Ela achava que sua presença era um incômodo pra ele( mas não conseguia afastar-se), ele dizia o quanto gostava da companhia dela e sentia sua falta. Ela sofria por saber, bem lá no fundo, que, pra ela, ele não mentia, por mais duro que fosse o modo de ele se expressar, era apenas a verdade que ele lhe dizia.E sofria mais ainda por ele ter silenciado tal verdade por tanto tempo, e agora que eram proibidos um para o outro tudo o que estava guardado de ambos os lados, devido o medo da rejeição, ou algum outro medo bobo que eles tinham, estava vindo à tona.
Se era desejo? Era! E ela sabia desde o início, mas tinha envolvimento também, confiança, havia, pelo menos da parte dela, um algo a mais, sentimento esse ao qual ela preferia não nomear.
Mas, e ele? O que significaria na cabeça dele frases como: "gosto muito de você", "gosto de ficar com você", "sinto sua falta aqui comigo"? Será que ele também sentia esse algo a mais ou isso era ilusão dela? Ou será que pra ele só se tratava de um desejo que havia sido prolongado pelo fato de ser proibido?
Mas, enquanto se questionava sobre isso, ela lembrava daqueles dias de verão ao lado dele, do calor que fazia, e do sorriso dele ao seu lado pelos cômodos daquele apartamento, e aí é que está, era começar a lembrar e ver-se imersa em tais lembranças, deixando os questionamentos pra uma outra hora, outro dia, outra vida talvez.
(K.M.E)
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